domingo, 14 de janeiro de 2018

Foster + Partners–Hotel Emiliano Paraty

Em meados de 2010, fomos convidados para fazer uma consultoria num resort em Paraty para o Hotel Emiliano. Os clientes queriam implantar um grande hotel, com a marca Emiliano numa região linda do litoral brasileiro.

Assim, o grupo de investidores contratou o renomado arquiteto inglês "Sir" Norman Foster e sua equipe pra fazer o projeto arquitetônico de todo o empreendimento.

A equipe de projeto nos visitou, procurando assessoria no projeto de estruturas de madeira pra conseguir implantar esse empreendimento no Brasil, apresentando as seguintes imagens conceituais do projeto :

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"Luxo em meio à mata" por Alessandra Medina

"O inglês Norman Foster tornou-se um mito da arquitetura contemporânea ao desenhar obras como a enorme cúpula de vidro do Parlamento alemão, em Berlim, o novo aeroporto de Pequim e a torre Swiss Re, no centro de Londres, também chamada de The Gherkin (O Pepino) pelos britânicos. Se os planos do empresário Carlos Alberto Filgueiras vingarem, em breve as linhas curvas e surpreendentes de Foster estarão enfeitando um trecho paradisíaco do litoral fluminense. Dono do Hotel Emiliano, um dos mais luxuosos de São Paulo, ele encomendou a Foster o projeto de um resort a ser erguido em Paraty, mais precisamente na paradisíaca região de Paraty-Mirim, em meio à Mata Atlântica, a 17 quilômetros do centro histórico. Ao contrário da unidade paulistana, de estilo arrojado e decoração com peças de design contemporâneo, a filial praiana oferecerá um ambiente rústico, com madeiras brasileiras revestindo tetos, paredes e pisos. No estudo estão previstos 33 apartamentos, treze bangalôs e uma área comum batizada de beach club, com sala de estar, restaurante, bar, cinema, biblioteca e salão de jogos. Numa segunda fase, deverão ser construídos mais vinte bangalôs.

A instalação de um hotel de luxo em Paraty é uma boa notícia, principalmente por se tratar de uma região de alto potencial turístico, mas com uma esquálida oferta de hospedagem. O principal motivo para esse descompasso são as restrições a construção tanto na parte histórica, que é tombada, quanto nas praias mais selvagens, protegidas por leis de preservação ambiental. Quem pretende se instalar por lá precisa estar preparado para enfrentar um emaranhado de restrições. O Grupo Txai Resorts, dono de um hotel em Itacaré, no litoral sul da Bahia, tenta sem sucesso aprovar um projeto na região há um ano e meio. Da mesma forma, a família do navegador Amyr Klink, proprietária de um grande terreno próximo ao centro da cidade, já viu duas propostas para erguer um resort e um condomínio ser rejeitadas. Apesar de os primeiros esboços feitos por Foster já estarem prontos, o Grupo Emiliano, por enquanto, solicitou apenas a certidão de zoneamento, um documento que esclarece as atividades permitidas na área prevista para a obra. Para conseguir a autorização de construção, terá de cumprir uma via-crúcis que prevê a apresentação detalhada do projeto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Paraty e também a autorização do Ibama para a obra. Como se vê, a estrada para o paraíso é longa e acidentada." - Revista Veja Rio.

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Com o andamento do projeto fomos convidados à visitar a sede da Foster + Partners em Londres pra acompanhar de perto e tirar dúvidas sobre a estrutura de madeira que estavam projetando. Com isso marcamos uma reunião com a equipe do projeto na sede londrina, precisamente às 15:00hs.

Chegamos em Londres 2 dias antes pra podermos descobrir como chegar na sede da Foster + Partners sem erro algum e tudo parecia bem. Acontece que no dia da reunião não conseguimos agendar um táxi (era 2010 e não existia Uber!) e então resolvemos ir de transporte público. Isso nos fez chegar 10 minutos atrasados à reunião, o que nos parecia uma situação inconcebível à "famosa" pontualidade inglesa. Felizmente a reunião ainda não havia começado e pudemos respirar aliviados!

Discutimos as curvas do projeto e como seriam as situações de ligações e encaixes das peças de madeira. Tudo correu muito bem, e ainda tivemos a oportunidade de "passear" pelo escritório onde trabalham mais de 200 arquitetos do mundo todo. Foi a primeira vez que vimos uma sala totalmente dedicada à uma CNC que fazia maquetes dos projetos do Foster. Infelizmente o "Sir" Norman não estava lá e não pudemos ter o prazer de conhecê-lo pessoalmente.

O projeto foi descontinuado pelo grupo Emiliano, então não foi desta vez que a Foster + Partners colocou sua assinatura num projeto aqui no Brasil.

Eng. Alan Dias

“Dono do hotel Emiliano tinha projeto de resort de luxo em Paraty” – Via Portal Dinheirices (https://dinheirices.com.br/2017/01/20/dono-do-hotel-emiliano-tinha-projeto-de-resort-de-luxo-em-paraty/)

“O empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, que morreu ontem no acidente de avião em Paraty (RJ) com o ministro do STF Teori Zavascki , por muitos anos acalentou os planos de implantar um resort de luxo sustentável na região em que acabou perdendo a vida.

Em 2010, o dono do Hotel Emiliano, contratou o escritório do renomadíssimo arquiteto inglês Norman Foster, para elaborar o projeto de um hotel boutique em Paraty – mais precisamente na paradisíaca região de Paraty-Mirim, em meio à Mata Atlântica, a 17 quilômetros do centro histórico.

– É o nosso primeiro projeto no Brasil. O desenho ainda está sendo desenvolvido, mas é um resort sustentável, projetado para se relacionar com a paisagem natural e tirar vantagem da vista que contempla o lugar – disse Norman Foster na época.

O projeto elaborado por Foster previa a construção de uma edificação para abrigar 33 apartamentos e uma área comum batizada de beach club, com restaurante, bar, cinema, biblioteca e sala de jogos, além de 13 bangalôs separados. Numa segunda fase do projeto, poderiam ser construídos mais 22 bangalôs.

O layout do projeto previa um ambiente rústico, com madeiras brasileiras revestindo tetos, paredes e pisos.

O empreendimento com serviços exclusivos como o Hotel Emiliano de São Paulo tinha diárias previstas em torno de R$ 2.500,00.

Apesar das promessas do empresário e do arquiteto Norman Foster de que o projeto seria sustentável e ecológico, o empreendimento enredou em meandros da legislação ambiental e acabou empacando no papel.”

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